sexta-feira, fevereiro 12, 2016

[Resenha] A Irmandade Perdida - Anne Fortier

A Resenha de hoje vai falar de uma história bem conflitante que ao mesmo tempo me agradou e desagradou. Mas que os leitores de aventura não podem deixar de ler, contanto que esteja cientes de que nem tudo são flores.
A Irmandade Perdida
Autora: Anne Fortier
Editora Arqueiro
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Skoob


Sinopse: Diana Morgan é professora da renomada Universidade de Oxford. Especialista em mitologia grega, tem verdadeira obsessão pelo assunto desde a infância, quando sua excêntrica avó alegou ser uma amazona – e desapareceu sem deixar vestígios.
No mundo acadêmico, a fixação de Diana pelas amazonas é motivo de piada, porém ela acaba recebendo uma oferta irrecusável de uma misteriosa instituição. Financiada pela Fundação Skolsky, a pesquisadora viaja para o norte da África, onde conhece Nick Barrán, um homem enigmático que a guia até um templo recém-encontrado, encoberto há 3 mil anos pela areia do deserto.
Com a ajuda de um caderno deixado pela avó, Diana começa a decifrar as estranhas inscrições registradas no templo e logo encontra o nome de Mirina, a primeira rainha amazona. Na Idade do Bronze, ela atravessou o Mediterrâneo em uma tentativa heroica de libertar suas irmãs, sequestradas por piratas gregos.
Seguindo os rastros dessas guerreiras, Diana e Nick se lançam em uma jornada em busca da verdade por trás do mito – algo capaz de mudar suas vidas, mas também de despertar a ganância de colecionadores de arte dispostos a tudo para pôr as mãos no lendário Tesouro das Amazonas.
Entrelaçando passado e presente e percorrendo Inglaterra, Argélia, Grécia e as ruínas de Troia, A irmandade perdida é uma aventura apaixonante sobre duas mulheres separadas por milênios, mas com uma luta em comum: manter vivas as amazonas e preservar seu legado para a humanidade.
A Irmandade Perdida é daqueles livros que a primeira vista você não sabe bem o que achar, pelo menos eu me senti assim, não tinha certeza se iria gostar, contudo solicitei mesmo assim. Não sei bem se me arrependi ou não, mas terminei a leitura com a sensação de que poderia ter utilizado o tempo de leitura que perdi com ele em livros mais interessantes. No entanto, não estou dizendo que a história seja de todo ruim, mas ela demora para engrenar e Diana, uma das protagonistas é um personagem sem sal, que se apoia na vitimização e isso me cansou bastante.

Com uma narração dividida entre duas protagonistas e dois tempos distintos, A Irmandade Perdida começa apresentando a vida de Diana, que narra os acontecimentos em primeira pessoa, e sua obsessão com relação as amazonas. Sim, O.B.S.E.S.S.Ã.O! Não há outra forma de caracterizar a paixão e fixação que a protagonista tem com esse assunto, mesmo sendo motivo de "chacota" na universidade de Oxford. Porém, algo inesperado cai em seu colo na forma de uma proposta que promete provar que essas guerreiras míticas realmente existiram. Então, Diana munida de um caderno deixado pela avó que, considerada louca, jurava ser uma amazona, parte em busca da verdade. Em meio a mentiras, aventuras e muita confusão ela vai desvendar, junto com pessoas que podem ou não ser perigosas, a verdadeira história por trás do mito.

Intercalado com a história de Diana, vamos acompanhar também Mirina, protagonista apresentada em terceira pessoa na narrativa, uma jovem caçadora da idade do bronze que após a morte da mãe vai em busca de suas origens. Seu destino a leva diante do templo da Deusa, mas as mulheres de lá não são as guerreiras que ela imaginava, e o destino de Mirina está selado. Não dá para falar muito mais sem dar spoiler da vida desta personagem. Contudo, é através dela que vamos descobrir a "verdadeira" história por trás do mito, e também o que "realmente" aconteceu entre Tróia e Grécia quando do rapto de Helena. É como se a autora tivesse a intenção de desmistificar a história, traçar uma rota realista para os acontecimentos. Através das descobertas de Diana e a jornada de Mirina, Fortier conta uma história que bem poderia ser verdade. Tanto que me vi fazendo pesquisas sobre acontecimentos e personagens, o que não me levou a lugar algum, mas tudo parece tão certo que achei estranho os mitos nunca terem seguido esse caminho.

Se a narrativa se baseasse apenas nessa vertente eu ficaria muito feliz com a leitura, contudo a parte em que acompanhamos Diana mais parece um episódio de Caçadora de Relíquias, série que antigamente passava na Record, exceto pelo fato que Diana é uma protagonista insossa e vitimista, que não provoca empatia. O número de vezes em que ela sofreu ataques e se viu jogada em situação para lá de mirabolantes me cansou. Senti como se esta parte da narrativa não estivesse se desenvolvendo, devido a isso eu quase abandonei a leitura. Porém, Mirina conseguiu me manter atenta, e o que me fez continuar foi a curiosidade sobre seu destino e como a guerra entre Tróia e Grécia iria chegar ao fim. O lado positivo de se ter as distinções é que a história de Mirina vai se intercalando com as descobertas de Diana, talvez isso também tenha me estimulado um pouco a continuar.

Enfim, A Irmandade Perdida é uma narrativa rica em seu componente histórico, mas que perde fôlego quando se trata da atualidade. É o tipo de história para quem gosta de aventura, e eu indico principalmente para fãs de Indiana Jones e Caçadoras de Relíquias, só não espere simpatizar com tudo. Entre mistérios, tesouros perdidos, romances e entidades gananciosas essa narrativa tem muito a oferecer. Quanto a edição não tenho do que reclamar, e a capa apesar de não ter me agradado muito tem bastante a ver com a narrativa. Bom, por hoje é isso!
Melhores Quotes:

"Lembre-se: quem enfrenta o leão se torna o leão. Nós vamos enfrentá-lo e vamos voltar a sorrir."

" - Eu sou uma amazona, matadora de animais e de homens, - ela dissera, com os olhos azuis-acinzentados iluminados por um brilho febril, metálico. - A liberdade corre em minhas veias; corda nenhuma pode me prender. Eu nada temo; é o medo que foge de mim. Ando sempre para frente, pois esse é o único caminho. Quem tentar me impedir sentirá minha fúria."

"É tudo um tabuleiro de xadrez de noites e dias... onde o Destino brinca com os homens como se fossem peças. Para lá e para cá elas se movem, se reproduzem, se matam. E uma a uma são guardados de volta no armário."
Nota da Autora:
Essas notáveis mulheres ainda existem hoje em dia? Com certeza sim, dentro de cada uma de nós. Às vezes só notamos a existência de nossa amazona interior quando a vida nos desfere um golpe atordoante... mas tenho certeza de que ela está lá, esperando para nos emprestar sua força.



10 comentários:

  1. Olá!!!!
    Li esse livro tbm no mês de janeiro e fiquei empacada uma semana nele.
    Achei que foi detalhes demais, sei la ficou cansativo.
    Confesso que gostei mais de Mirina do que Diana haha

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  2. Oi Ju!

    Vou te falar um trem: quando eu termino uma leitura com a sensação que poderia ter gasto o tempo lendo outro livro é porque achei a história bem ruim, você tá sendo generosa viu. Eu odeio personagens que se fazem de vítimas o tempo inteiro, geralmente abandono livro com personagens assim.

    Acho que taí um livro que eu não ia gostar de ler não viu. Imagina a chatice dessa tal Diana com essa obsessão dela, eu hein, tá parecendo uma prima minha que é loka com cavalo. Acho que só ia achar bacaninha a "desmistificação" dos acontecimentos em Tróia e Grécia, e olha que nem sou lá muito fã de História. Mas sei lá, não é mesmo o meu tipo de livro.

    Beijoca!
    http://www.roendolivros.com/

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  3. Oii!

    Ju, você é uma das blogueiras que sempre que vejo um elogio tenho certeza que a obra é boa! Conhecia esse livro e não lembro de resenhas. Saber que ele não te agradou tanto me fez ficar bem desanimada. Não gosto quando fica cansativo demais (quem.gosta?) e acho que essas referências não me ganham.
    Deve ser boa leitura para passar o tempo, mas não é o que eu procuro.

    Beijinhos

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  4. Ju, pelo que você falou eu também não iria gostar do livro, estou muito feliz de não ter solicitado.
    Diana pareceu ser o tipo de personagem que a gente não se apega.
    É uma pena porque a temática é bem boa.

    Lisossomos

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  5. Oi Juh!
    Para começar, quando olhei essa capa me enchi de preconceitos e logo imaginei que fosse um livro de romance de época que você sabe que não leio e sabe meus motivos para tal antipatia, então já digo a capa não é boa para a história!
    Indo a resenha, eu gostei da premissa do livro e caramba a avó da mulher sumiu e jurava que era uma amazona até eu ficaria obsessivo, me desculpe meu bem!!
    Amo livros narrados or vários personagens mas as vezes realmente não da certo, mas sempre tem aquele personagem que nos faz querer continuar né?
    Ainda envolvem Helena de Trio na história? Sinceramente to quase arrependido de não ter solicitado pois amo coisas gregas hahaha

    Xo
    Alisson
    Re.View

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  6. Oi Ju!

    Talvez, supondo na verdade, a Anne tenha pesquisado a fundo sobre o mito e lendas das Amazonas e Helena, e talvez essa parte tenha sido mais elaborada, pelo menos é o que acho, já que neste requisito do enredo, ele é melhor, e pelo que percebi, será não só o chamariz para o leitor ficar aguçado na leitura, como também o charme do livro. Acredito que em geral, isto é uma faca de de dois gumes, se minha teoria da pesquisa estiver certa, pois a parte atual, ou do presente no caso, acaba sendo escassa e pouco envolvente, o que é uma pena, pois acaba deixando o leitor frustado.

    Para te dizer a verdade, não sei se arriscaria a leitura, pelo menos não no momento, talvez em outra ocasião quando tivesse interessada em uma aventura, mas pelo menos já sei que não poderei ir com tantas expectativas, para não me frustar.

    http://www.daimaginacaoaescrita.com/

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  7. Oiee ^^
    É uma pena que esse livro não tenha te conquistado totalmente *-* ainda não o li, mas vi várias resenhas sobre ele, e, no geral, o pessoal parece ter gostado bastante. Gosto bastante de histórias que puxam mais o lado histórico, mas saber que a personagem é sem sal e vitimista me desanimou bastante para ler, pois odeio personagens assim *-*
    MilkMilks
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br

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  8. Oi Ju!
    Caramba, olhando essa capa eu nunca ia pensar que era aventura! Achei que era um livro de romance de época ou coisa do tipo. Sabe, não fiquei muito interessada não, e não só pelas coisas que te desanimaram mas esse tipo de aventura não me atrai muito, essa coisa caçadora de reliquias é bem chatinha pra mim, então eu não leria mesmo.

    beijos

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  9. Helloo, Ju! Tudo numa nice?!
    Eu tinha visto esse livro por aí e as pessoas recomendando, mas confesso que tenho problemas com capas e essa não me agradou, mais me pareceu daqueles livros históricos de romance que não curto muito. Entendo completamente essa questão de você achar que fazer outra leitura teria sido melhor. Nesse último mês li livros assim e me irritei porque poderia ter feito outras leituras que queria ansiosamente, mas...
    Não me senti fisgada a fazer a leitura desse livro, não sei, simplesmente não aconteceu. Personagens insossas e obcecadas assim me deixam de cabelo em pé. Mas quando vi Tróia e Grécia meus olhos se encheram e a partir daí fiquei curiosa para conferir, todavia com todas as ressalvas não tenho certeza se vale a pena. Eu AMO História Geral e livros com contexto histórico bem trabalhado me cativam tanto. E a história de Helena se interligar e a autora conseguir trazer uma realidade para o mito é tão interessante. Mas eu não gosto de Indiana Jones e então fica pior todo esse impasse.
    Verei se farei a leitura.
    Beijin...
    Pieces of Alana Gabriela

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  10. Oi, Ju!
    Esse livro está aqui na minha estante e vou confessar que estou com um pouco de medo dele rsrs, já vi alguns comentários de que ele não é tão bom assim.
    Eu resolvi pedir esse livro justamente porque fiquei curiosa com relação a esse mito das Amazonas, mas ao que parece o livro não está agradando tanto os leitores, estou lendo a tua resenha, mas prometendo a mim mesma que não vou me influenciar e fazer a leitura sem saber o que esperar.
    Sempre quando estou lendo e algo me intriga acabo indo para o google pesquisar e tentar encontrar alguma informação a mais para poder entender melhor a leitura.
    Eu não conheço essa série Caçadoras de Relíquias, mas já assisti Indiana Jones muitas vezes.
    Beijão!
    Lilica - O maravilhoso mundo da leitura

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Obrigada pelo comentário, ele será respondido assim que possível :)